Um sonho na cabeça, um grupo de amigos e uma espada de espuma nas mãos, foi assim que tudo começou...

quarta-feira, 20 de março de 2013

Becouse in Russia

Voltamos essa semana com a coluna escrita por nosso colaborador Konian.
Porque Becouse in Russia


A dinastia dos Romanov, ou Seleção Natural Russa



Em 1672 nasce a primeira figura que irei abordar nessa dinastia, Pedro I. Esse rei decidiu que
a Rússia estava atrasada quando comparada com os outros impérios europeus. Sua solução, a
criação de uma nova cidade, que serviria de guia para uma nova Rússia. Contudo, para o plano
funcionar ele precisava de uma cidade portuária (por causa da acessibilidade e transporte).

Então, após invadir a Suécia, ele decide começar a construir São Petersburgo. Contudo, o
local era um pantâno que alagava facilmente. Não precisamos saber muito de engenharia
para perceber que construir em terrenos pantanosos é uma tarefa complicada, mas lembrem-
se, estamos na Rússia. A tarefa parecia tão simples que os trabalhadores cavaram o solo
com as mãos e carregaram a terra em suas roupas. Porque na Rússia não há necessidade de
ferramentas para construção.

25.000. Esse é o número estimado de trabalhadores que morreram nessa primeira parte
da construção da cidade. Um historiador da época afirmou que nenhuma batalha havia tido
tantas fatalidades quanto a construção dessa cidade.

Tendo seu guia ocidental, Pedro I deveria estar feliz, mas ainda não estava satisfeito com a
situação cultural russa. Decidiu implantar um estilo visual mais europeu e mais militar, só que
o visual não valeria apenas para ele, mas para todos os seus súditos. Mas como fazer isso?
Que maneira melhor do que com imposto? Que tal um imposto sobre a barba? Sim, você
precisava pagar dinheiro para ter barba na Rússia de Pedro I. E depois reclamamos dos nossos
impostos...

Para aqueles que acreditam que a Rússia é um lugar comum, tenho uma pergunta. O que
acontece quando pessoas normais tentam ir para a Rússia? A “seleção natural russa” da um
jeito nelas. Talvez o exemplo mais memorável seja Napoleão.

Alexander I, então imperador russo, se alia a Prússia e a Áustria contra a França napoleônica,
todavia após algumas batalhas Alexander e Napoleão decidem se encontrar para discutir um
acordo. As duas nações decidem formar uma aliança contra a Inglaterra, seguindo a lógica “o
inimigo do meu inimigo é meu amigo”.

Contudo, a politica sempre depende de contexto e do momento. Então, após algum tempo
(e invadir Portugal) Napoleão decide que está na hora de anexar a Rússia a seus territórios.
Após formar um exército ele invade o território de Alexander, durante o verão. Começa ai uma
estratégia bem conhecida russa, recuar, digo deixar meu habitat destruir meu inimigo, porque
na Russia não se recua.

Napoleão chega até Moscou, e na mesma noite que bota os pés na cidade, ela é incendiada.
Após permanecer algumas semanas na cidade e algumas tentativas, falhas, de convencer o
imperador russo a ter uma conversa diplomática, Napoleão decide recuar.

E, ao contrário do que alguns pensam, é ai que os russos realmente “atacam”. Com seu
exército bloqueando a saída mais rápida, Napoleão se vê obrigado a tomar a rota mais longa

de volta a França. E é ai que pequenos grupos russos, pessoas dos vilarejos e do exército
(usando táticas de bater e correr e guerrilha), vão minando aos poucos os Franceses. E assim,
um grande general perde suas forças e a Rússia ganha uma guerra.

Entretanto, a história do Império Russo não é feito só de vitórias. O melhor exemplo talvez seja
a primeira guerra.

Sempre me lembro dos meus professores de história falando da desastrosa participação russa
na primeira guerra, principalmente no quesito dos suprimentos. Mas depois de ler um pouco
entendi que o que eles falaram foi pouco. Qual a coisa mais importante para um exército em
uma guerra? Armas, afinal sem elas, não existe guerra. E, bem, parte dos soldados russos não
tinha ao menos um rifle (podemos imaginar a condição dos suprimentos “menos básicos”).
Porque na Russia não é necessário rifles para uma guerra de trincheiras.

Contudo, armados ou não, russos são russos. E antes de se retirarem da guerra devido a
conflitos internos (revolução socialista), os russos fizeram uma ofensiva e conseguiram penertar
através das linhas germânicas e austríacas. Contudo, esse pequeno exército fica cercado e
isolado, consequentemente acaba perecendo. Nesse ataque os russos perdem 1.5 milhões de
soldados (mas um número bem menor de rifles) e levam consigo 750 mil vidas inimigas.

E assim, aos revolucionários socialistas ganham mais apoio da população e conseguem efetivar
a sangrenta revolução. Acaba, assim, o Império Russo e a dinastia dos Romanov.

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